GLASS WALLS OF LIMBO

Foto de minha autoria SEM intervenção digital de efeitos, produzida pelos reflexos externos no interior de um dos tanques do Aquário de São Paulo. Em sépia.

AUTORRETRATO

Ontem, ao sair do banho e ver a marca da minha pegada no tapete, fiquei a pensar naquela forma curiosa - o pé descalço, ou melhor, a silhueta que deixa ao se tornar pegada. Seu tamanho, forma, e as impressões digitais da sola são uma combinação única, tão única como uma reprodução do rosto do indivíduo.

E por esse pensamento decidi que meu autorretrato seria minha impressão plantar em aquarela. Eu queria um autorretrato como forma de auto-identificação, reconhecimento, não como elogio vazio à auto-imagem...

E o pé traduz o que quero - me mostra minha base, que me carregou através da vida até o presente momento. Lembra-me sempre de onde vim - de baixo - para que eu nunca me esqueça disso.

Monotipia da sola do pé em aquarela, retoques em aquarela e acrílica, fundo preto em acrílica, verniz acrílico para acabamento brilhante. Tamanho aprox.: A4.

O DRAGÃO EGOÍSTA

A aquarela da vez é uma homenagem à uma iguana vermelha que vi em uma foto e logo imaginei aquele réptil carrancudo, com as patas dianteiras em posição de quem guarda seus pertences para si, tal qual um dragão.

Povoei sua carverna com milhares de moedinhas que se tornaram uma textura sob seu corpo, além de pedras preciosas, um baú de jóias, um escudo e um elmo, talvez de alguém tão ganancioso quanto o monstro, mas não tão poderoso quanto.

O fundo de spray dourado é para enfatizar a ideia de riqueza e cobiça do Dragão avarento.

Nanquim e aquarela sobre papel fabriano e Tinta Spray Automotiva Dourada. Tamanho aprox.: A4.

O Alienado - A Aparição do Monte Hadley

A ideia do ser fora de seu contexto original me trouxe a sensação de solidão e alienação, nada mais óbvio do que o "peixe fora d´água", porém mais além.

Aqui o tubarão (um tanto incomum até para a própria espécie) não só está fora de seu ambiente original (o mar), mas fora também de seu próprio planeta: a paisagem que vêem na aquarela é o Monte Hadley, que fica na Lua.

Pátria Amada, Salve! Salve!

Espero que aquela conversa de ''Liberdade de expressão'' e ''Liberdade de Imprensa'', blá, blá blá, etc, ainda esteja valendo e eu não seja processado pela união por esta obra.

Peço que, Ó "Florão da América'' me perdoe pela calúnia, mas ambos sabemos que não é de hoje que você fede como um cadáver e que é habitado por um sem número de idiotas, incapazes que se reproduzem ad infinitum.

A imbecilidade galga postos hierárquicos com uma facilidade extraordinária, pois ela é a ''arma da mediocridade que abunda'' como já dizia Balzac a alguns séculos.

É claro que todo este desprezo é efêmero, pois tudo se cura no embalo do Reboleixon-xon. Pelos menos este é o modus operandi do brasileiro, esse ser imundo que parasita a ingenuidade e a fragilidade do próximo.

Ao contrário do que se diz, não é um país sem valores, mas com Anti-Valores: as razões máximas de orgulho para o brasileiro cotidiano é não pagar tudo o que consumiu no boteco, ludibriando o atendente, cometer adultério então parece ser uma prova de grande virilidade ao proletário estúpido, furtar materiais da fábrica é quase uma medalha de sagacidade.

O Futebol é nossa religião, e o álcool nossa hóstia. Nossa elite só utiliza sua vasta formação intectual para direcionar a manada. Não olvidemos que um crime de colarinho branco que desvia milhões mata indiretamente milhares de pessoas que deixam de ter acesso à saúde e segurança.

Não esquecemos que eles são genocidas atrozes por trás de ternos armani (nada contra armani). O criminoso comum é praticamente impotente se comparado aos grandes parasitas do sangue público.

E há alguém de me questionar por quê eu não me ausento de lugar tão abominável, isso tenho por certo.

Ora, o caso é que sou brasileiro, e não desisto nunca!

Ou seria eu apenas mais um sem recursos para decidir o próprio destino, lutando diariamente pela sobrevivência?

ROCAILLE

"Rocaille" é uma palavra francesa que significa "incrustações de conchas, pedrinhas e fragmentos de vidro com que se enfeitam grutas". Isto pq o trabalho acima é uma concha natural grande sobre a qual trabalhei com spray e esmalte de unha dourado, vermelho e violeta.

É uma peça que expressa um pouco de luxúria e riqueza, ainda que seja constituída de materiais mundanos.

Estudo do Cosmos IV e V

A despeito do que os leitores deste blog(existem?) possam pensar, eu não parti da existência mortal ou desisti da vocação (e/ou maldição) de artista plástico. Retorno com mais 2 trabalhos da antiga série "Estudos do Cosmos", com paisagens espaciais.

Sinto muito pelo longo intervalo sem postagens, o trabalho para sobrevivência tem custado mais tempo do que eu gostaria.